CONVITE

Convite

Venha, adentre a palavra, abra seu templo, sinta seu perfume, deguste esse sabor de aventura, novidade com cheiro de passado passado, longínquo.

Venha! Aqui você vai encontrar uma menina de nariz arrebitado que salta e vibra na fuga de páginas amareladas e nunca deixa de ser a criança que passeia entre as bananeiras do Sítio e as ruas sinuosas do emaranhado de redes futurísticas.

Venha, encontre seu Mosqueteiro que, em busca da verdade transversa no Olho Torto de Alexandre, põe Ulisses em movimento, em seu cavalo de troia, para vencer a guerra da ignorância e desumanização de Vidas Secas miseráveis, tão humanizadas pela existência de Baleia e reflexões “você é um bicho, Fabiano”.

Venha! No meio do asfalto nasceu uma flor, que já foi bomba e foi pedra no meio do caminho, foi navio, foi nave e agora é rede.

Venha deixe as camurrices Machadianas, saia da Ilha Desconhecida, para navegar em Mares Nunca Dantes Navegados e, a cada embarque, uma nova viagem.

Venha sentir a vibração de nossa Língua na língua de Pessoa, Caetaneando na concretude de Gil, na sinuosidade dos grafites, poetizando essa vida brasileira em prosas e versos que se soltam das prateleiras bibliotecatizadas de cupins, traças, trecos e troços, extrapolam e viram passarinho na cabeça de um criativo que sangra em verso e prosa e recebe em si a liberdade de azuis.

Este é o seu lugar, secularmente seu, na essência e superfície. Tome seu assento que o voo vai começar. E você é o meu convidado para essa nossa pulsante aventura; ler: céu, mar, ar, pétala, lua, garça, pedra, história, gente. Ontem, hoje amanhã. Ler, papel, som, imagem. Ler ser.

Professora Matilde

quarta-feira, 15 de junho de 2011

O Morro dos Ventos Uivantes




Já que nesta semana começamos com literatura inglesa e com personagens que vencem a morte e permanecem no mundo dos vivos, falarei de um livro que li em minha adolescência e do qual jamais me esqueci. Naquela época a revista Grande Hotel, Edição Mensal, publicava esses clássicos em quadrinhos, as famosas fotonovelas. Simplesmente amei essa história. Vez ou outra a releio e sempre encontro nela algo espetacularmente atual, apesar de ter quase dois séculos de seu lançamento. Falo de “O Morro dos Ventos Uivantes”, de Emily Brontë, em que se descortina, ao longo da obra, “uma fábula épica sobre a influência do sofrimento e da vingança no amor e nas virtudes da moral humana”.

Também é interessante salientar que, com a saga de “Crepúsculo”, vampiros e amores que conseguem ir além da mortalidade, essa obra voltou à tona, pois se trata de um daqueles clássicos da literatura universal que mexem com o imaginário coletivo.

O problema começa quando o patriarca da família, o senhor Earnshaw, volta de uma viagem de negócio, trazendo consigo, um menino pobre, maltrapilho, meio selvagem, talvez um cigano, o pequeno Heathclif, que fora encontrado vagando sem rumo pelas ruas de Liverpool. Apiedado, Earnshaw levou-o para casa e passou a tratá-lo como filho, despertando a compaixão de Catherine e o ciúme doentio de Hindley. Quando o Senhor e a Senhora. Earnshaw morrem, Hindley sujeita Heathcliff a várias humilhações.

Heathclif passa a ficar bruto e melancólico. Apesar do amor entre ele e Catherine, ela decide se casar com Edgar Linton, por esse ter melhores condições de sustentá-la que Heathcliff. É a partir daí que vai se desenrolar toda trama de vingança e sofrimento, tanto do rebelde renegado quanto da família de Catherine e de todos que a cercaram durante sua vida.

Heathcliff sai do Morro dos Ventos Uivantes e, quando volta, está rico, chamando a atenção de Catherine e despertando ciúmes em seu marido. Catherine tem uma filha de Edgar e morre logo em seguida. Heathcliff resolve se vingar de Edgar e de Hindley.

Esta é uma história de amor que supera o tempo, pois, segundo a narradora e testemunha ocular de todos os acontecimentos, a governanta Ellen Dean, Heathclif, após sua vingança, morre só em sua loucura e solidão e, como último desejo é enterrado junto com Catherine, seu grande amor. A partir deste dia, muitos juram ver sempre um casal vagando pelas charnecas do Morro.

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