CONVITE

Convite

Venha, adentre a palavra, abra seu templo, sinta seu perfume, deguste esse sabor de aventura, novidade com cheiro de passado passado, longínquo.

Venha! Aqui você vai encontrar uma menina de nariz arrebitado que salta e vibra na fuga de páginas amareladas e nunca deixa de ser a criança que passeia entre as bananeiras do Sítio e as ruas sinuosas do emaranhado de redes futurísticas.

Venha, encontre seu Mosqueteiro que, em busca da verdade transversa no Olho Torto de Alexandre, põe Ulisses em movimento, em seu cavalo de troia, para vencer a guerra da ignorância e desumanização de Vidas Secas miseráveis, tão humanizadas pela existência de Baleia e reflexões “você é um bicho, Fabiano”.

Venha! No meio do asfalto nasceu uma flor, que já foi bomba e foi pedra no meio do caminho, foi navio, foi nave e agora é rede.

Venha deixe as camurrices Machadianas, saia da Ilha Desconhecida, para navegar em Mares Nunca Dantes Navegados e, a cada embarque, uma nova viagem.

Venha sentir a vibração de nossa Língua na língua de Pessoa, Caetaneando na concretude de Gil, na sinuosidade dos grafites, poetizando essa vida brasileira em prosas e versos que se soltam das prateleiras bibliotecatizadas de cupins, traças, trecos e troços, extrapolam e viram passarinho na cabeça de um criativo que sangra em verso e prosa e recebe em si a liberdade de azuis.

Este é o seu lugar, secularmente seu, na essência e superfície. Tome seu assento que o voo vai começar. E você é o meu convidado para essa nossa pulsante aventura; ler: céu, mar, ar, pétala, lua, garça, pedra, história, gente. Ontem, hoje amanhã. Ler, papel, som, imagem. Ler ser.

Professora Matilde

quinta-feira, 30 de junho de 2011

PRECIOSIDADE


Hoje quero compartilhar uma raridade, publicada há pelos menos uns 50 anos, pela Editora Vecchi. É isso mesmo, uma raridade!!! A aluna Sofia, do 3° ano, presenteou-nos com este volume da Coleção Fantasia. Esta é uma versão diferente da que temos lido nos últimos tempos! Confira!


















segunda-feira, 20 de junho de 2011

A VIAGEM DE LISA


Uma viagem diferente, deliciosa, realizada entre edredons, travesseiros, e sonhos muitos sonhos.

É a história de Lisa, uma menina muito criativa que, em seus sonhos, viaja por mundos bastante diferentes: o País do redondo, dos quadros quadrados, do vermelho, do inverso e, o mais delicioso, o do sono, lugar de silêncio e fantasia.

Nesta obra de Paul Maar, tradução de Luciano Vieira Machado, e maravilhosas ilustrações de Ketutis Kasparavicius, da editora Ática, o pequeno leitor poderá viajar com Lisa por esses mundos tão familiares à infância, cheios de impedimentos, desejos, sonhos e fantasias.

A narrativa em versos rimados é enriquecida pelas sugestivas imagens de mundos, peculiarmente imaginados pela inventividade de Lisa.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

O Morro dos Ventos Uivantes




Já que nesta semana começamos com literatura inglesa e com personagens que vencem a morte e permanecem no mundo dos vivos, falarei de um livro que li em minha adolescência e do qual jamais me esqueci. Naquela época a revista Grande Hotel, Edição Mensal, publicava esses clássicos em quadrinhos, as famosas fotonovelas. Simplesmente amei essa história. Vez ou outra a releio e sempre encontro nela algo espetacularmente atual, apesar de ter quase dois séculos de seu lançamento. Falo de “O Morro dos Ventos Uivantes”, de Emily Brontë, em que se descortina, ao longo da obra, “uma fábula épica sobre a influência do sofrimento e da vingança no amor e nas virtudes da moral humana”.

Também é interessante salientar que, com a saga de “Crepúsculo”, vampiros e amores que conseguem ir além da mortalidade, essa obra voltou à tona, pois se trata de um daqueles clássicos da literatura universal que mexem com o imaginário coletivo.

O problema começa quando o patriarca da família, o senhor Earnshaw, volta de uma viagem de negócio, trazendo consigo, um menino pobre, maltrapilho, meio selvagem, talvez um cigano, o pequeno Heathclif, que fora encontrado vagando sem rumo pelas ruas de Liverpool. Apiedado, Earnshaw levou-o para casa e passou a tratá-lo como filho, despertando a compaixão de Catherine e o ciúme doentio de Hindley. Quando o Senhor e a Senhora. Earnshaw morrem, Hindley sujeita Heathcliff a várias humilhações.

Heathclif passa a ficar bruto e melancólico. Apesar do amor entre ele e Catherine, ela decide se casar com Edgar Linton, por esse ter melhores condições de sustentá-la que Heathcliff. É a partir daí que vai se desenrolar toda trama de vingança e sofrimento, tanto do rebelde renegado quanto da família de Catherine e de todos que a cercaram durante sua vida.

Heathcliff sai do Morro dos Ventos Uivantes e, quando volta, está rico, chamando a atenção de Catherine e despertando ciúmes em seu marido. Catherine tem uma filha de Edgar e morre logo em seguida. Heathcliff resolve se vingar de Edgar e de Hindley.

Esta é uma história de amor que supera o tempo, pois, segundo a narradora e testemunha ocular de todos os acontecimentos, a governanta Ellen Dean, Heathclif, após sua vingança, morre só em sua loucura e solidão e, como último desejo é enterrado junto com Catherine, seu grande amor. A partir deste dia, muitos juram ver sempre um casal vagando pelas charnecas do Morro.

terça-feira, 14 de junho de 2011

O Fantasma de Canterville

Sabe aquela história do feitiço que se vira contra o feiticeiro. É isso que acontece nesse delicioso conto de Oscar Wilde.

Conta as história de um diplomata americano, o senhor Otis, que chega a aristocrata Inglaterra, em 1890 e decide comprar o Castelo de Canterville, mesmo sendo advertido pelos moradores de Ascott e até mesmo por Lord Canterville, seu atual dono, de que era assombrado por fantasmas.

Porém, o diplomata não acredita em fantasmas e sua mulher diz que isso dará uma certa originalidade aos jantares que organiza. Os gêmeos se divertem em pregar peças ao fantasma residente que deixa de assustar para passar a ser assustado.


Essa é a historinha, mas como pano de fundo, aparece a crítica bem-humorada e sarcástica tanto ao comercialismo e à falta de cultura dos americanos, quanto à arrogância e à decadência dos ingleses, corporificadas num fantasma que não assombra mais ninguém, cujas marcas são apagadas pelos produtos símbolos do “American way of life”.

Será que não se fazem mais fantasmas como antigamente? Leia O Fantasma de Canterville, de Oscar Wilde, e descubra que, às vezes, o feitiço pode se virar contra o feiticeiro, ou melhor, contra o fantasma.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

O HOMEM QUE BOTOU UM OVO



























Daniela Chindler diz que, quando escreveu este livro, estava grávida e sentia uma vontade enorme de comer ovo. Daí, não sabe "se o livro inspirava a barriga, ou se a barriga tinha ideias que inspiravam o livro." Isto tem tudo a ver com o plano metafórico da narrativa: ovo, gestação, criação, invenção.

Aqui, a autora recria o conto folcórico O homem que botou um ovo , narrando-o numa deliciosa prosa rimada, tão gostosa e própria para os contadores.


É a história de seu Tenório, um homem muito discreto, sério, boa gente, apaixonado por sua esposa que, de tanto fofocar, frutricar, tagarelar e mexericar, passou a ser a dona Mixirica.


Seu Tenório, de tanto indignado com aquela horrorosa mania da esposa, resolveu dar-lhe uma lição. Inventou uma fabulosa, fabulista história e ela caiu direitinho.


Fofoqueira que era, já se imagina o rolo de café com bolo que esta história vai dar, né?


Você já sabe: quem conta um conto aumenta um ponto; e assim foi...


Leia e descubra como como termina essa engenhosa invenção de seu Tenório, para dar uma grande lição em sua esposa, a maior fofoqueira daquela região.


Autora: Daniela Chindler


Ilustração: Lula


Edições Paulinas _ 3ª Edição, 2000


Professora Matilde

quarta-feira, 8 de junho de 2011

A TERRA DOS MENINOS PELADOS



Vale a pena ler


Esta é a história de um livro bem igual que trata dos diferentes. É a Terra dos Meninos Pelados, de Graciliano Ramos, autor consagrado pela sua genialidade.
Era uma vez um menino diferente, tinha um olho azul e outro preto e não tinha um fio de cabelo sequer em sua cabeça. Então, já dá para imaginar o sofrimento que era viver nesse mundo de iguais, sendo tão diferente. Eram zombarias o tempo todo, por isso o menino fechava olho preto e ia parar em Tatipirum, um país idealizado por ele, lugar em que as pessoas eram iguais a ele, sem cabelos e de olhos preto, de um lado, e azul, de outro.
Este livro faz o leitor refletir sobre o que é ser diferente na atual sociedade, em que ninguém é igual, cada um busca ser diferente e único, mas ao mesmo tempo ser igual e aceito. Pertencer, essa é a palavra, estar com alguém, fazer parte de um grupo.
Menino Pelado, não é só quem, de alguma forma, apresenta algo de diferente, mas sim quem foge do padrão estabelecido pela sociedade: o baixinho, o altão, o magrelo, o gorducho, o inteligente, o que erra muito, o que aceita tudo, o que se rebela. Todos são alvos de zombarias, críticas, porque são diferentes, fogem do padrão, entretanto todos têm a necessidade de pertencer, de serem aceitos.
Autoria: Professora: Matilde Nantes Coelho – 08.06.2011

23 HISTÓRIAS DE UM VIAJANTE



Vale a pena embarcar nessa viagem.

Havia um reino cercado pelas mais altas muralhas já vistas; tão altas que o sol demorava a chegar e permanecia por muito pouco tempo. Era escuro e triste. Ali vivia um jovem príncipe que nunca havia transposto aquelas muralhas, por medo de ser abatido em combates ou emboscadas. Havia perdido o pai, o avô, o bisavô, parentes e amigos em sangrentas lutas.
Assim começa a narrativa de 23 Histórias de um viajante, obra em que a mística Marina Colasanti, à maneira das Mil e uma noites, conta a história do príncipe e um recém chegado, o viajante, por meio do qual o jovem vai conhecer as histórias de pessoas e mundos distantes. É um livro de contos, em que se entrecruzam as histórias do príncipe e as histórias do viajante.
Por meio das narrativas do viajante, o leitor poderá perceber as mudanças, o amadurecimento do príncipe, pois estas despertam no príncipe a vontade de sair daquele seu mundinho fechado, conhecer outros lugares, pessoas, vencer seus medos.
São narrativas ao estilo das histórias medievais, costuradas como uma colcha de retalhos, cheias de simbolismos e passagens míticas.
Vale a pena conferir!
Autoria: Professora Matilde Nantes Coelho – 08.06.2011