CONVITE

Convite

Venha, adentre a palavra, abra seu templo, sinta seu perfume, deguste esse sabor de aventura, novidade com cheiro de passado passado, longínquo.

Venha! Aqui você vai encontrar uma menina de nariz arrebitado que salta e vibra na fuga de páginas amareladas e nunca deixa de ser a criança que passeia entre as bananeiras do Sítio e as ruas sinuosas do emaranhado de redes futurísticas.

Venha, encontre seu Mosqueteiro que, em busca da verdade transversa no Olho Torto de Alexandre, põe Ulisses em movimento, em seu cavalo de troia, para vencer a guerra da ignorância e desumanização de Vidas Secas miseráveis, tão humanizadas pela existência de Baleia e reflexões “você é um bicho, Fabiano”.

Venha! No meio do asfalto nasceu uma flor, que já foi bomba e foi pedra no meio do caminho, foi navio, foi nave e agora é rede.

Venha deixe as camurrices Machadianas, saia da Ilha Desconhecida, para navegar em Mares Nunca Dantes Navegados e, a cada embarque, uma nova viagem.

Venha sentir a vibração de nossa Língua na língua de Pessoa, Caetaneando na concretude de Gil, na sinuosidade dos grafites, poetizando essa vida brasileira em prosas e versos que se soltam das prateleiras bibliotecatizadas de cupins, traças, trecos e troços, extrapolam e viram passarinho na cabeça de um criativo que sangra em verso e prosa e recebe em si a liberdade de azuis.

Este é o seu lugar, secularmente seu, na essência e superfície. Tome seu assento que o voo vai começar. E você é o meu convidado para essa nossa pulsante aventura; ler: céu, mar, ar, pétala, lua, garça, pedra, história, gente. Ontem, hoje amanhã. Ler, papel, som, imagem. Ler ser.

Professora Matilde

terça-feira, 14 de junho de 2011

O Fantasma de Canterville

Sabe aquela história do feitiço que se vira contra o feiticeiro. É isso que acontece nesse delicioso conto de Oscar Wilde.

Conta as história de um diplomata americano, o senhor Otis, que chega a aristocrata Inglaterra, em 1890 e decide comprar o Castelo de Canterville, mesmo sendo advertido pelos moradores de Ascott e até mesmo por Lord Canterville, seu atual dono, de que era assombrado por fantasmas.

Porém, o diplomata não acredita em fantasmas e sua mulher diz que isso dará uma certa originalidade aos jantares que organiza. Os gêmeos se divertem em pregar peças ao fantasma residente que deixa de assustar para passar a ser assustado.


Essa é a historinha, mas como pano de fundo, aparece a crítica bem-humorada e sarcástica tanto ao comercialismo e à falta de cultura dos americanos, quanto à arrogância e à decadência dos ingleses, corporificadas num fantasma que não assombra mais ninguém, cujas marcas são apagadas pelos produtos símbolos do “American way of life”.

Será que não se fazem mais fantasmas como antigamente? Leia O Fantasma de Canterville, de Oscar Wilde, e descubra que, às vezes, o feitiço pode se virar contra o feiticeiro, ou melhor, contra o fantasma.

Nenhum comentário:

Postar um comentário